domingo, 30 de outubro de 2016

"Momentos de Glória"

Rallie de Portugal 1980

Hoje vamos recordar um "momento" que foi e ainda o é um dos grandes momentos dos rallies mundiais. Isto porque num rallie as diferenças de tempo nos troços cronometrados entre os pilotos top são de segundos, agora quando num troço de 42 km um piloto dá 4m40s ao seu colega de equipa ... é um momento !!!
Estamos a falar de Walter Rohrl acompanhado de Christian Geistdorfer no Fiat 131 Abarth e de Markku Alen com Ikka Kivimaki com o outro Fiat de fábrica, disputaram o Rallie de Portugal Vinho do Porto no ano de 1980 composto por 47 PEC num total de 673,50Km que se disputavam entre 4 e 9 de Março. 
Além dos dois pilotos da equipa Fiat que falámos e a que se juntou Bettega, havia ainda que contar com Darniche no Lancia Stratos, Fréquelin e Toivonen nos Talbot Lotus, Mikkola e Vatanen mos Ford Escort, Andersson e Therier nos Toyota Célica a novidade dos Mercedes 450 SLC de Waldegard e Carlsson, Kleint e Kullang no Opel Ascona 400,Eklund e Pond nos Triumph TR7 V8, os Datsun 160J de Salonen e Dawson além de todos os bons privados portugueses e estrangeiros.
Era uma "senhora" lista de inscritos, como infelizmente hoje já não se vê.
 Darniche dominou na fase de asfalto com o Stratos, depois Alén dividia as vitórias com Vatanen interronpidos aqui e ali por Rohrl e Toivonen mas com a consistência de Rohrl nos 2º e 3º lugares não foi de admirar que na 25 PEC-Cabreira saltasse para o 1º lugar do rallie. Era uma dura batalha com o colega de equipa Markku Alén sempre a poucos segundos, até que se chegou à PEC 33-Arganil de 42 kms.
O nevoeiro cobria toda a serra e Rohrl já tinha nos treinos previsto essa hipótese pelo que treinou essa PEC com redobrado trabalho pelo que na hora da verdade Walter Rohrl fez melhor que o 2º classificado na PEC, que foi o seu colega Alén, qualquer coisa como 4m40s foi um escândalo !!! Ainda hoje há pessoas a desconfiar desse tempo, mas só quem não conheceu o "sacristão" (Rohrl) com a sua frieza o seu método de preparar as provas e limpeza na condução pode duvidar disso.
Rohrl acabou por ganhar o rallie com 14m19s de vantagem sobre Markku Alén e o 3º lugar acabaria na posse de Guy Fréquelin / Jean Todt no Talbot Sumbeam Lotus a mais de 30 minutos.
Foram dois pilotos dos melhores de todos os tempos mas ... aqueles 4m40s ainda hoje devem ser um tormento no homem do "maximum ataque"

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

"Momentos de Glória"

Grande Prémio do Mónaco 1996

Foi um fim de semana fora do normal este em que ocorreu o GP de 1996, e tudo por causa da instabilidade climatérica. Períodos de chuva que alternavam com longos tempos sem chover mas sempre encoberto deram a primeira, e única, vitória de Olivier Panis na F1.
Logo nos treinos cronometrados de sábado debaixo de chuva a "roleta" dos tempos ia alterando à medida que os treinos iam chegando ao fim isto porque começaram com a pista muito molhada e a mesma ia secando à medida que o tempo passava. A luta foi entre o Ferrari de Shumacher e o Williams de Damon Hill, acabando o alemão por fazer a pole na última volta.
 A corrida começou com a pista molhada e Hill surpreendeu Shumacher no arranque saltando para o primeiro lugar. As condições da pista eram tão más que ainda não tinha acabado a primeira volta e já cinco pilotos tinham desistido, entre eles Shumacher e Barrichello pelo que Hill comandava seguido de Alesi e Berger. Com a pista a secar o primeiro a tentar montar slicks foi Berger, mas a sua ida ás boxes acabou em desistência pois a caixa de velocidades do Benetton bloqueou. 
Foi o irlandês da Ferrari Eddie Irvine que ficou com o 3º lugar logo seguido de Frentzen, Coulthard e Villeneuve. Agora que a pista estava completamente seca a mudança de pneus era "obrigatória" e Hill entra para uma troca de pneus o que deixa Alesi no comando.
Alesi demorou um pouco a tomar essa decisão ao ponto de quando decidiu entrar na box já tinha sido ultrapassado por Hill que estava com um andamento diabólico. O "nosso homem de hoje" Olivier Panis já se encontrava em 4º atrás de Irvine e depois de muita luta consegue passar o irlandês a assumir o 3º lugar atrás de Hill e Alesi. A onda de desistências continua e o lider na volta 40º parte o motor do Williams e deixa na luta pela vitória Alesi e ... Panis. Nesta altura já só havia 10 carros em prova e Alesi tinha que fazer uma última paragem para trocar pneus e para isso contava com um avanço mais que suficiente para voltar no comando.

No entanto uma má troca de pneus fez o francês cair para o 7º lugar entregando assim de mão beijada o 1º lugar ao seu compatriota.
A classificação está assim ordenada Panis a 3 segundos vêm Coulthard seguido de Herbert.
Como tinha começado a cair uns pingos não muito fortes mas o suficiente para deixar a pista muito traiçoeira. O fim do GP estava mais próximo por se esgotar as 2 horas limites de duração, e não o numero de voltas estipulados.

Irvine num despiste consegue arrastar com ele os finlandeses Mika Salo (Tyrrel) e Mika Hakkinen (McLaren) deixando então apenas 4 carros em prova !!!
Assim ao fim das 2 horas é dada a bandeirada a Olivier Panis e o seu Ligier JS43 azul da Gauloise seguido de David Coulthard no McLaren/Mercedes e dos dois Sauber/Ford de Herbert e Frentzen.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

"The Ice Man"

Nascido em Espoo, na Finlândia, a 17 de Outubro de 1979, Kimi Raikkonen desde muito cedo, com 10 anos,  se destacou a ganhar tudo o que havia para ganhar em Kart. Aos 15 anos fez as primeiras corridas fora da Finlândia ainda em Kart e no Mónaco foi memorável porque Kimi
O seu primeiro amor ... karting
partiu o volante e continuou em prova, mas quando passava na recta da meta fazia sinais para o seu mecânico tentando explicar o que se passava levantando os braços com o volante na mão !!!
O formula Renault com que ganhou em Inglaterra
Aos 20 anos em 1999 resolveu dar o passo seguinte e "assalta" Inglaterra com corridas de formula Ford e com a formula Renault 2.0 em que nesta categoria, consegue ganhar o campeonato Inglês. 
2001 a sua estreia na F1 com a Sauber
Entre 2002 e 2006 guiou para a McLaren
Peter Sauber atento aos novos valores chama em 2000 Kimi para fazer testes com um F1 da Sauber no circuito de Mugello. Os testes foram tão positivos que Sauber levou-o para novos testes em Jerez e Barcelona, de onde saiu com um contrato para piloto Sauber F1.
Em 2007 entrou para a Ferrari onde ficou até 2009
Foi muito problemático conseguir a super-licença de F1 por causa da pouca experiência mas Raikkonen lá conseguiu guiar para a Sauber na época de 2001, onde foi bastante regular. Como era de prever as equipas com outro poder económico tentaram logo levar o piloto no fim desse ano e acabou por ser a McLaren que venceu a Ferrari na corrida para ter o "Ice Man" na sua equipa. 
2007 - Kimi é campeão do mundo de F1
Kimi esteve na McLaren entre 2002 e 2006, substituindo o bi campeão do mundo Mika Hakkinen, e logo no primeiro ano e na primeira corrida faz o seu primeiro pódio um 3º lugar na Austrália, e no ano seguinte a sua primeira vitória na Malásia.
Com o Fiat Punto S2000 no seu 1º rallie
No entanto o namoro com a Ferrari já vinha do tempo da Sauber e com um contrato milionário de USD 51 milhões por época Kimi assina com os italianos até 2010. Logo no primeiro ano Kimi consegue chegar
No Citroen C4 fez a estreia no WRC
ao titulo mundial. Durante a sua passagem pela Ferrari Kimi tem o primeiro contacto com os rallies, quando convence os italianos a porem à sua disposição um Fiat Punto S2000 para fazer o Rallie do Artico que termina na 13º posição. No entanto com o seu
O seu novo "escritório"
feitio muito especial Kimi não acaba o contrato com a Ferrari saindo em 2009, abandonando a F1 por não se sentir motivado.
Em 2010 Kimi dá um
Ainda experimentou  os novos DS3 WRC
novo rumo à sua vida ao integrar o júnior team da Citroen no WRC guiando o C4 WRC com as cores da Red Bull.
NASCAR de Toyota outra experiência de Kimi
Raikkonen ainda se manteve até 2011 no WRC sempre com a Citroen agora no novo DS3 WRC mas com resultados discretos, entrando poucas vezes no top ten e batendo muitas vezes. Como perdeu um pouco a motivação dos rallies ainda foi nesse ano de 2011 fazer uma "perninha" à NASCAR mas onde também com pouco sucesso guiou um Toyota.
2012 - 2013 guiou pela Lotus
2014 o regresso à Ferrari
Raikkonen em 2012 voltou à F1 com a equipa Lotus. A verdade é que o seu verdadeiro meio é o da F1 e nos dois anos (2012-2013) que esteve com a Lotus fez provas de se tirar o chapéu pelo que levou a Ferrari a voltar a contratar o finlandês pela segunda vez. Kimi Raikkonen está na Ferrari desde 2014 embora a marca de Maranello não se encontre no seu melhor período tendo tanto Kimi como Vettel seu colega tirado resultados muito irregulares.
2016 será o último ano de F1?
Este ano (2016) Raikkonen está a quatro provas do fim do campeonato no 4º lugar com quatro idas ao pódio (duas vezes 2º e duas vezes 3º).
Nos "mentideros" da F1 fala-se que Kimi deverá abandonar as pistas este ano, mas como tem provado ao longo da sua carreira, da cabeça do "Ice Man" nunca se sabe o que vêm.
Estou em querer que se a Ferrari não estivesse neste mau momento Kimi surpreenderia muita gente porque a rapidez e o seu ar frio para resolver as situações delicadas ... continuam lá.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Alex Barros

Alexandre Barros nascido em S. Paulo a 18 de Outubro de 1970, foi a grande esperança dos brasileiros no reino do motoGP.
Começou com 8 anos no Brasil onde foi campeão das minibikes, depois as 50cc e em 1985 com o titulo de 250cc o "seu" Brasil já não lhe podia dar mais e por isso era legitimo a passagem para o "velho continente" onde estava o centro do motociclismo mundial.
1987 a Arbizu/Casal 80cc
Em 1986 entrou no mundial na classe 80cc onde se manteve por dois anos com resultados modestos. Curioso que no ano de 1987 correu com uma Arbizu/Casal.
Na Cagiva entrou nas 500cc ainda a 2T
1994 integra a Suzuky Lucky Strike
A sua aprendizagem aos circuitos do mundial e ao próprio mundial continuou em 1988 e 1989 na classe 250cc com uma Yamaha mas continuando na senda dos resultados muito fracos. Até que vêm o ano de 1990 e Alex é chamado para a equipa oficial da Cagiva na classe rainha (500cc) para se juntar a Randy Mamola e Ron Haslam. Era a época de ouro das motos de 500cc a dois tempos brutais em termo de potencia e que era preciso ser "muito homem" para as guiar. Barros manteve-se na Cagiva até 1993
Com a Honda 500 do Team Pons
onde ainda compartilhou a box com o grande campeão Eddie Lawson. Em 1994 nova aposta agora a equipa oficial da Suzuky e mais uma vez tendo como companheiro de equipa um campeão Kevin Schwantz.

Barros tornou-se um grande especialista em chuva
Com a Honda / Gresini e a NSR 500
Em 1995 voltou a trocar de equipa e passou para a Honda marca essa em que se iria manter por oito anos (1995 a 2002) e onde guiou para todos ou quase todos os Team que estavam ligados à Honda como Kanemoto, Pileri, Gresini e Pons onde se manteve por três anos. Talvez estas mudanças constantes de marca não tenham ajudado Barros a estar consistentemente na luta pelo titulo.
Alex na Yamaha oficial de Moto GP
2004 Alex na Honda / HRC
2003 Alex Barros é chamado a um novo e grande desafio. A Yamaha oficial contrata o brasileiro no primeiro ano das MotoGP isto é da passagem das 500cc a 2 tempos para as novas 4 tempos. Já tinham passado alguns anos (desde a Suzuky em 1993) que Alex não guiava para uma equipa oficial. No entanto logo no ano seguinte 2004 Barros está envolvido numa das maiores histórias do motociclismo, a saída de Rossi da Honda/HRC precisamente para a Yamaha e por sua vez  o brasileiro toma o lugar de Rossi na equipa oficial da Honda. 
A última vitória em moto gp no Estoril
Novo ano e ... nova mudança desta vez Barros deixa a HRC e volta à Honda / Pons e é nesse ano que Barros vai conseguir a sua última vitória em Moto GP e precisamente no Estoril.
2006 ano de SBK com a Honda
2007 ano da despedida na Ducati/Pramac
Em 2006 pela primeira vez o brasileiro não arranja lugar numa equipa do Moto GP e é obrigado a mudar para as superbikes onde com uma Honda privada consegue 6 pódios e 1 vitória com um 6º lugar no final deste tão competitivo campeonato. Talvez Barros deveria ter tomado a posição de se manter neste campeonato (SBK) que viria a ganhar de ano para ano mais adeptos e protagonismo. 
Das várias pinturas que usou esta talvez a mais conhecida
2007 o ano de despedida das competições como piloto Alex assina pela equipa satélite da Ducati a Pramac e faz assim a despedida depois de 16 anos na classe rainha e 21 de mundialconquistou 7 vitórias, 32 pódios e 5 pole positions em 276 grandes prémios.
Foi bom?  Foi
Podia ser melhor?  Penso sinceramente que sim
A sua equipa BMW no Brasil ...
... e a sua escola de condução de motos.
se Alex Barros tivesse tido uma regularidade maior nas equipas onde lhe iria permitir um maior entrosamento com a moto e com a própria equipa o que também é importante em alta competição.
Alex Barros saiu do mundial mas manteve o vicio da velocidade e no seu Brasil natal para onde veio mantêm uma equipa a correr e ao mesmo tempo tem uma escola de condução para motos.

Alex Barros a maior esperança brasileira do motociclismo, talvez tenha passado ao lado de títulos mundiais por motivos já ditos atrás, mas uma grande carreira, com o seu nome nas paginas das histórias dos mundiais foi o que construiu ... e bem.